sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Poema: garotas calmas e limpas em vestidos de algodão
domingo, 11 de dezembro de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #17
Abraços. Sigam --- @BlogBukowski
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Poema: O que podemos fazer?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #16
Legendas: @BlogBukowski | @Roaneken
Blog Velho Bukowski
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Poema: o fechar de cortinas

sábado, 26 de novembro de 2011
Poema: como uma flor na chuva
da mão
direita
realmente curta
e comecei a correr o dedo ao longo de sua boceta
enquanto ela se sentava muito ereta na cama
espalhando uma loção por seus braços
face
e seios
depois do banho.
então acendeu um cigarro:
"não deixe que isso o desanime",
e seguiu fumando e esfregando a
loção.
continuei tocando sua boceta.
"quer uma maçã?", perguntei.
"claro", ela disse, "tem uma aí?"
mas eu lhe dei outra coisa...
ela começou a se contorcer
e depois rolou para um lado,
ela estava ficando molhada e aberta
como uma flor na chuva.
então ela se voltou sobre a barriga
e seu cu maravilhoso
olhou para mim
e eu passei minha mão por baixo e
cheguei outra vez na boceta.
ela se espichou e agarrou meu
pau, virando-se e se contorcendo toda,
penetrei-a4meu rosto mergulhado na massa
de cabelos ruivos que se alastrava feito enchente
de sua cabeça
e meu pau intumescido adentrou
o milagre.
mais tarde tiramos sarro da loção
e do cigarro e da maçã.
depois eu saí para comprar um pouco de frango
e camarão e batatas fritas e pão doce
e purê de batatas e molho e
salada de repolho, e nós comemos. ela me disse
quão bem ela se sentia e eu lhe disse
o quão bem eu me sentia e nós comemos
o frango e o camarão e as batatas fritas e o pão doce
e o purê de batatas e o molho e
também a salada de repolho.
Tradução: Pedro Gonzaga
Twitter: @blogbukowski
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Poema: quando me penso morto

Poema: a música suave
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Bukowski no Twitter

Atualmente o blog Velho Bukowski é o mais atualizado e rico em material em português. Este é o twitter oficial deste blog. Cada post novo é anuciado lá.

As frases mais célebres do velho safado são lá postadas. Atualizado quase que diariamente.

"sei pintar, inclusive. levantar pesos. e a minha filhinha pensa que sou Deus. mas tem outras horas em que não vale a pena."

'Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura.' https://www.facebook.com/pages/H-Charles-Bukowski-BRASIL/207216259349035
Poema: você

sua enorme barriga branca
e seus pés cabeludos.
você jamais corta as unhas
e tem mãos gordas
como as patas de um gato
seu nariz vermelho e brilhante
e os maiores bagos que
eu já vi.
você lança esperma como
uma baleia lança água pelo
buraco das costas.
fera, fera, fera,
ela me beijou,
o que você quer para o
café da manhã?
Twitter: @blogbukowski
Poema: Sandra
donzela do quarto
de brincos
coberta por um longo
vestido
está sempre alta
em sapatos de salto
espírito
boletas
trago
Sandra se inclina
em sua cadeira
inclina-se em direção a
Glendale
aguardo que sua cabeça
bata na maçaneta
do guarda-roupa
enquanto ela tenta
acender
um novo cigarro num
outro já quase
consumido
aos 32 ela gosta de
jovens limpos
imaculados
com rostos semelhantes ao fundo
de pires recém-comprados
depois de se vangloriar
a não mais poder
acabou me trazendo seus prêmios
para que eu desse uma olhada:
garotos nulos, loiros e silenciosos
que
a) sentam
b) levantam
c) falam
ao seu comando
às vezes ela traz um
às vezes dois
às vezes três
para que eu os
veja
Sandra fica muito bem em
vestidos longos
Sandra pode partir provavelmente
o coração de um homem
espero que ela encontre
um.
Tradução: Pedro Gonzaga
Twitter Blog Bukowski: @blogbukowski
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Poema: a geração perdida

dos anos vinte e seu marido que
beberam, comeram e farrearam por toda a
Europa
encontrando Pound, Picasso, A. Huxley, Lawrence, Joyce,
F. Scott, Hemingway, muitos
outros;
os famosos eram como brinquedinhos preciosos para
eles,
e pelo que li
os famosos se permitiram tornar
brinquedinhos preciosos.
durante o livro inteiro
esperei pra que só um dos famosos
falasse a essa literata rica e seu
marido literato rico pra
que se mandassem
mas, aparentemente, nenhum deles o
fez.
Em vez disso foram fotografados com a moça
e seu marido
em várias praias
com cara de inteligente
como se tudo isso fosse parte do ato
da Arte.
talvez a mulher e o marido
serem donos de uma imprensa chique
tivesse algo a ver
com isso.
e foram todos fotografados juntos
em festas
ou do lado de fora da livraria da Sylvia Beach.
é verdade que muitos deles foram
artistas ótimos e/ou originais,
mas tudo parecia um negócio tão precioso
esnobe,
e o marido finalmente cometeu seu
tão ameaçado suicídio
e a mulher publicou um de meus primeiros
contos nos anos
40 e agora
já morreu, mas
eu não consigo perdoar nenhum dos dois
por suas vidas ricas idiotas
e não consigo perdoar seus brinquedinhos preciosos
também
por terem sido
isso.
Tradução: Adriano Scandolara
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
"Crazy Love" com entrada franca em Porto Alegre
Charles Bukowski jamais poderia imaginar que uma das mais fiéis adaptações de sua obra para o cinema nasceria das mãos de um diretor belga. Pois foi exatamente o que aconteceu com “Crazy Love”. Realizado em 1987, “Crazy Love” é o primeiro longa-metragem de Dominique Deruddere, diretor que ficou conhecido mundialmente ao ser indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2001, por “Fama para Todos”.
Inspirado em diversos contos de Bukowski, principalmente “A Sereia que Copulava em Veneza, Califórnia”, do livro “Crônica de um amor louco“, a trama se desenrola através de três momentos da vida do trágico e patético personagem Harry Voss e sua incessante busca por amor e aceitação: da adolescência conturbada até um homem amargo e solitário.
Apesar de ser falado em francês, “Crazy Love” é considerado pelos fãs de Bukowski como sendo uma das mais fiéis adaptações do universo de desesperança e degradação criado pelo velho Buk.
Se você estiver em Porto Alegre e ainda não arrumou programa para amanhã à noite, o projeto Filmes Raros da Sala P. F. Gastal (Usina do Gasômetro, 3º andar) vai exibir “Crazy Love” nesta sexta-feira, 04 de novembro, às 20 horas com entrada franca! A duração do filme é de 90 minutos.
Abaixo, um trecho do filme para você sentir do clima “Bukowskiano”:
Fonte: L&PM Blog
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Poema: sozinho como todo mundo

e colocam uma mente
ali dentro e
algumas vezes uma alma,
e as mulheres quebram
vasos contra as paredes
e os homens bebem
demais
e ninguém encontra o
par ideal
mas seguem na
procura
rastejando para dentro e para fora
dos leitos.
a carne cobre
os ossos e a
carne busca
muito mais do que mera
carne.
de fato, não há qualquer
chance:
estamos todos presos
a um destino
singular.
ninguém nunca encontra
o par ideal.
as lixeiras da cidade se completam
os ferros-velhos se completam
os hospícios se completam
as sepulturas se completam
nada mais
se completa.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Poema: o lugar não parecia mau
e uma risada muito gostosa
ria de qualquer coisa
e as cortinas eram amarelas
e eu gozei
e rolei para o lado
e antes que ela fosse ao banheiro
puxou um pano de baixo
da cama e me jogou.
estava duro
enrijecido pelo esperma de outros
homens.
limpei-me no lençol.
ao retornar
ela se curvou
e pude ver todo seu traseiro
enquanto ela colocava um Mozart
para tocar.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Bukowski censurado
Em 1985, a biblioteca pública de Nijmegen decidiu retirar de suas prateleiras o livro de Charles Bukowski, “Tales of Ordinary Madness“, sob a alegação de que o mesmo seria “muito sádico, ocasionalmente fascista e discriminatório contra determinados grupos (incluindo os homossexuais)”.
Algumas semanas depois, um jornalista local, Hans van den Broek, entrou em contato com o autor para saber sua opinião sobre o ocorrido. A (brilhante) resposta de Bukowski, que hoje se encontra em exposição numa loja volante de livros, a Open Dicht Bus, pode ser vista (e lida) abaixo:
"Caro Hans van den Broek:
Obrigado por sua carta contando-me da remoção de um dos meus livros da biblioteca Nijmegen. E que ele é acusado de discriminação contra negros, homossexuais e mulheres. E que é sádico por causa do seu sadismo.
A única coisa que temo discriminar é o humor e a verdade.
Se eu escrevo mal sobre os negros, homossexuais e mulheres, é por que os que eu conheci eram assim. Há muitos “males” – cães maus, má censura, há até mesmo “maus” homens brancos. Somente quando você escreve sobre “mau”, homens brancos não reclamam. E eu preciso dizer que há “bons” negros, “bons” homossexuais e “boas” mulheres?
No meu trabalho, como escritor, eu só fotografo, em palavras, o que vejo. Se eu escrever sobre “sadismo” é porque ele existe, eu não inventei isso, e se algum ato terrível ocorre no meu trabalho é porque essas coisas acontecem em nossas vidas. Eu não estou do lado do mal, como se o mal fosse algo inerente. Em meus escritos, eu nem sempre concordo com o que ocorre, nem vou me afundar na lama por causa deles. Além disso, é curioso que as pessoas que gritam contra o meu trabalho parecem ignorar as partes dele que enaltecem a alegria, o amor e a esperança, e há essas partes. Meus dias, meus anos, minha vida viu altos e baixos, luzes e trevas. Se eu escrevesse só e continuamente da “luz” e nunca mencionasse o outro, então como artista eu seria um mentiroso.
A censura é a ferramenta daqueles que têm a necessidade de esconder realidades de si mesmos e dos outros. Seu medo é apenas a sua incapacidade de enfrentar o que é real, e eu não posso desabafar minha raiva contra eles. Eu só sinto essa tristeza terrível. Em algum lugar, na sua educação, eles estavam protegidos contra os fatos de nossa existência. Eles só foram ensinados a olhar de um jeito, quando existem muitas maneiras.
Eu não estou desanimado que um dos meus livros tenha sido caçado e retirado das prateleiras de uma biblioteca local. Em certo sentido, sinto-me honrado que eu escrevi algo que despertou essas pessoas de seu eu superficial. Mas fico magoado, sim, quando alguém tem seu livro censurado, pois esse livro, geralmente é um grande livro e há poucos desses, e ao longo dos tempos esse tipo de livro tem muitas vezes se tornado um clássico, e o que se acreditava chocante e imoral é hoje leitura obrigatória em muitas das nossas universidades.
Não estou dizendo que meu livro é um desses, mas eu estou dizendo que em nosso tempo, nesta época em que qualquer momento pode ser a último para muitos de nós, é condenadamente irritante e incrivelmente triste que ainda temos entre nós a pequenez, as pessoas amargas, os caçadores de bruxas e os declamadores contra a realidade. No entanto, estes também pertencem a nós, eles são parte do todo, e se eu não tenho escrito sobre eles, eu deveria, talvez o faça, e isso é suficiente.
que todos nós possamos ficar melhor juntos,
seu,Charles Bukowski"
Fonte: quadrinhos e etc.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Poema: alguma coisa
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Poema: a boa vida

vivendo ali
rachando o aluguel.
há um estéreo nunca utilizado
e um par de bongôs
nunca utilizado
e há panos cobrindo as
janelas
e você fuma
enquanto baratas vivas
escorregam sobre os botões de sua
camisa e despencam no
chão.
está escuro e alguém vai em
busca de comida. você come
e dorme. todos dormem ao mesmo
tempo: no chão, sobre as mesas,
sofás, camas, nas banheiras. há até
mesmo uma pessoa lá fora no mato.
então alguém acorda e
diz, “vamos lá, vamos fechar
um!”
alguns outros acordam.
“opa. é isso aí.”
“beleza. vamos lá, alguém aí
fecha dois. vamos nos
chapar!”
“isso. vamos nos chapar!”
fumamos alguns baseados e depois
voltamos a dormir
trocando apenas de lugar
da banheira para o sofá, da mesa para
o tapete, da cama para o chão, e um novo
sujeito desaba no mato
lá fora, e eles ainda não
encontraram Patty Hearst e Tim não quer
falar com
Alan.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Poema: é o modo como você joga o jogo

coloque-a de pé sob a luz
imperfeita
ponha-lhe um vestido
reze cante implore chore ria
apague as luzes
ligue o rádio
acrescente-lhe enfeites:
manteiga, ovos crus, jornais de
ontem;
um cadarço novo, e então
páprica, açúcar, sal, pimenta,
ligue para sua tia velha e bêbada em
Calexico;
chame-a de amor,
espete-a bem, adicione
repolho e molho de maçã,
então a esquente primeiro
no lado esquerdo,
depois no
direito,
ponha-a numa caixa
livre-se dela
deixe-a nos degraus de uma porta
vomitando como você fará
nas
hortênsias.
Poema: aprisionado

teto meus olhos do tamanho de luzes de
poste. tenho quatro patas como um rato mas
lavo minhas roupas íntimas – barbeado e
de ressaca e de pau duro e sem advogado.
tenho cara de esfregão. canto
canções de amor e carrego aço.
preferiria morrer a chorar. Não suporto
a matilha não posso viver sem ela.
inclino minha cabeça contra o refrigerador
branco e quero gritar como
o último lamento de vida para todo sempre mas
sou maior do que as montanhas.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Poema: Uma assassina

boca fedorenta
podre por dentro e
um corpo quase perfeito,
uma longa e luminosa cabeleira loira -
que confunde a mim
e aos outros
ela segue de homem em homem
oferecendo carícias
ela fala de amor
então submete os homens
à sua vontade
boca fedorenta
podre por dentro
vemos isso tarde demais:
depois que o pau é engolido
o coração vai atrás
sua longa e luminosa cabeleira
seu corpo quase perfeito
caminha pela rua
debaixo do mesmo sol
que banha as flores.
Poema: Ela saiu do banheiro com sua cabeleira ruiva flamejante e disse...
Os policiais querem que eu vá até lá e identifique

um cara que tentou me estuprar.
perdi outra vez a chave do meu carro; tenho
a que abre a porta, mas não a que dá a partida na
ignição.
essas pessoas estão tentando tirar minha filha de mim,
mas eu não vou deixar.
Rochelle quase tomou uma overdose, então foi até o
Harry com um bagulho, e ele a pegou de jeito.
ela teve as costelas fissuradas, você sabe,
e uma delas lhe perfurou o pulmão. Ela
está no hospital conectada a uma máquina.
onde está meu pente?
o seu está sempre imundo.
eu lhe disse,
eu não vi o seu
pente.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #15
Neste vídeo ele lê seu famoso poema, 'O Homem ao Piano".
Legendas: @Roaneken
Blog Velho Bukowski
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Poema: sentado numa lancheira

das glórias.
comíamos um lanche
para viagem em meu carro
em Santa Mônica.
eu digo, “ei, filham
minha vida tem sido
boa, tão boa”.
ela me olha.
baixo minha cabeça
contra o volante,
tremo, depois
abro a porta de supetão,
finjo
vomitar.
me endireito.
ela ri
mordendo eu
sanduíche.
pego quatro
batatas fritas
coloco-as em minha boca,
mastigo-as.
são 5h30 da tarde
e os carros passam voando por nós
pra lá e pra cá.
lanço um olhar furtivo:
tivemos toda a sorte de que precisamos:
seus olhos brilham
enquanto o dia
cai, e ela está
sorrindo.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #14
Segue o 14º vídeo legendado do Charles Bukowski Tapes.
Quero agradecer a todos que estão seguindo e/ou comentando.
Abraços.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Poema: isto então...

ou que da outra vez
ou da vez anterior a essa.
eis um pau
e eis uma boceta
e eis um problema.
e cada vez
você pensa
bem eu aprendi desta vez:
vou dizer a ela que faça isso
e eu farei isto,
já não quero a coisa toda,
só um pouco de conforto
e um pouco de sexo
e apenas um mínimo de
amor.
agora novamente espero
e os anos vão escasseando.
tenho meu rádio
e as paredes da cozinha
são amarelas.
sigo esvaziando as garrafas
à espera
dos passos.
espero que a morte reserve
menos do que isto.
Blog Velho Bukowski
@Roaneken
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Vídeo: 'A Tragédia das Folhas'
A Tragédia das Folhas
The Tragedy of the Leaves
acordei numa secura e as samambaias, mortas,
I awakened to dryness and the ferns were dead,
nos potes as plantas amarelas igual milho;
the potted plants yellow as corn;
minha mulher foi embora
my woman was gone
e as garrafas vazias iguais corpos sangrados
and the empty bottles like bled corpses
ao meu redor sem utilidade;
surrounded me with their uselessness;
o sol ainda era bom, apesar disso,
the sun was still good, though,
e o bilhete da senhoria ia bem e
and my landlady's note cracked in fine and
num tom amarelado sem demandas;
undemanding yellowness;
o que era preciso agora
what was needed now
era um bom comediante, estilo antigo, um bobo
was a good comedian, ancient style, a jester
com piadas sobre a dor absurda; a dor é absurda
with jokes upon absurd pain; pain is absurd
porque existe, nada mais;
because it exists, nothing more;
fiz a barba cuidadosamente com
I shaved carefully with
uma velha lâmina,
an old razor,
o homem que já foi jovem e
the man who had once been young and
que diziam ser genial; mas
said to have genius; but
essa é a tragédia das folhas,
that's the tragedy of the leaves,
das samambaias mortas,
the dead ferns,
das plantas mortas;
the dead plants;
e eu entrei num corredor escuro
and I walked into a dark hall
onde a senhoria de pé esperava,
where the landlady stood
malcriada e terminal,
execrating and final,
me mandando pro inferno,
sending me to hell,
balançando seus braços gordos e suados
waving her fat, sweaty arms
e gritando
and screaming
gritando para receber o aluguel
screaming for rent
por que o mundo havia falhado com nós
because the world has failed us
dois
both
Charles Bukowski Tapes - Número #13
Abraços. Não esqueçam de seguir o blog.
domingo, 11 de setembro de 2011
Poema: o jeito que isso é

sozinho.
e você nunca pode dizer
a ninguém que
você está no inferno
ou eles vão pensar
que você está
louco.
mas ser louco é
estar no inferno
e ser sensato
também.
aqueles que escapam do inferno
nunca falam sobre
isso
e nada mais
incomoda eles
depois
disso.
Quero dizer, coisas como
falta de uma refeição,
ir para a cadeia,
bater seu carro
ou
mesmo
morrer.
quando você perguntar-lhes,
"como as coisas estão
indo? "
eles vão responder: "bem,
muito bem ... "
uma vez que você foi para o inferno
uma vez que você foi para o inferno
e voltou,
você não olha para trás
quando o chão
range.
o sol está no alto a
meia-noite
e coisas como
os olhos de ratos
ou um velho pneu
em um terreno baldio
pode torná-lo
feliz.
uma vez que você foi para o inferno
e voltou.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #12
Sinto pela demora... mas a culpa foi do Youtube.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #11
Abraços.
Poema: Dormir

estava gorda, mas antes era
bela e
vinho, ela bebia
bebia vinho na cama
falando, gritando e me
amaldiçoando
eu me virava para ela e dizia
por favor, me deixe
dormir.
— dormir? dormir? sim seu
filho da puta, sim, você nunca dorme,
você não precisa de
dormir!
enterrei-a numa certa manhã
carreguei-a pelas montanhas de Hollywood
arbustos, coelhos e pedras
passando em minha frente
cavei um buraco
enterrei-a de barriga
para baixo
e
coloquei a sujeira de volta no carro
o sol já havia nascido
um calor
estava me invadindo
as moscas zanzando preguiçosamente
eu não conseguia enxergar um palmo
sequer em
minha frente
tudo estava
amarelo e quente.
dirigi de volta para casa e me joguei na cama
dormi por 5 dias e 4
noites.
Tradução: Alice Dias
sábado, 3 de setembro de 2011
Chinaski - a escultura de Bukowski
Pois bem, procrastinando na internet, encontrei uma escultura feita pelas mãos do próprio velho.

A arte foi entitulada como "Chinaski" --- podemos entender como o velho enxergava seu alter ego...
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Linda King - 'Lydia Vance'
Como sabemos a obra de Bukowski é altamente autobiográfica, e é de se esperar que a, tão marcante, personagem Lydia Vance provavelmente tivesse sido baseada numa mulher real. Pois foi bem isso que aconteceu. Lydia Vance é uma personagem baseada na poetisa americana Linda King.
Linda King é uma poeta, dramaturga, e artista trabalhando em pinturas e esculturas. Foi imortalizada na poesia e na prosa de seu ex-amor Charles Bukowski. Durante a década de 1970, King editou a pequena revista Purr.
Nascida em 1940, ela foi criada em Boulder, Utah. Ela se divorciou após 10 anos de casamento com um italiano que tinha perspectivas tradicionais. Tiveram dois filhos, um menino e uma menina. Ela foi atriz antes de tornar-se escultora e poeta. Se os escritos de Bukowski possuírem veracidade, Linda King tinha um enorme ego e um surpreendente dom para dramatização.
Relacionamento com Bukowski
Em 1970, logo após o término do seu casamento, ela conheceu o velho Bukowski, e se ofereceu para fazer uma escultura de sua cabeça. Ele aceitou sua oferta e logo tiveram um caso. (O casal se separou várias vezes, e cada vez que eles terminavam, Bukowski deixava o busto na frente da casa de Linda.)
Ela tinha 30 anos e Bukowski era 20 anos mais velho que ela quando começaram sua relação. O relacionamento deles era apaixonado e trubulento; numa ocasião em 1971, Bukowski quebrou seu nariz numa briga. Certa noite, King e Bukowski foram acomodados no apartamento City Lights, em San Francisco, após uma leitura no City Lights Poets Theater. Pela manhã, havia uma janela quebrada e Linda King tinha desaparecido; Bukowski a culpava pelo dano.
Eles se separaram após três anos, quando certa noite, King jogou a máquina de escrever e os livros de Bukowski no meio da rua, irritada com as infidelidades dele. O incidente é detalhado no romance ‘Mulheres’.
Em 1975 ela finalmente deixou Los Angeles e Bukowski e foi para Phoenix, por causa do que ela descreveu como “um entendido colapso nervoso”.
No livro Mulheres, Bukowski caracterizou Linda King como extremamente competitiva e castigada pela sua crescente fama.
Após Bukowski
Ela se casou novamente e teve um segundo garoto, porém o casamento terminou em divórcio. Vendeu suas esculturas e alguns de seus poemas foram publicados.
Em 2004, a galeria de arte The Paper Heart apresentou suas pinturas, bustos e poemas, juntamente com documentários sobre Bukowski, em um show, Friends and Foes of Charles Bukowski.
Em 2009, ela vendeu 60 cartas de amor escritas por Bukowski por 69 mil dólares num leilão na galeria San Francisco PBA Galleries. Nesse mesmo ano, a fim de estar mais próxima de seus netos, ela se mudou de Phoenix para um apartamento em San Fransisco. Em setembro de 2009, ela foi uma dos três poetas na apresentação Tales of Bukowski.
Além da cabeça de Bukowski, King também esculpiu bustos de Lawrence Ferlinghetti, Jack Micheline, Harold Norse, e A.D. Winans.
Recentemente, uma das peças que escreveu (Singing Bullets) foi encenada no instituto Phoenix Metro Arts Institute.
Se você estiver interessado, pode conhecer mais sobre Linda King visitando seu site oficial: http://www.lindakingarts.com/
Texto: Rafael Roan
Blog Velho Bukowski
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #10
Vídeo legendado em português.
Legendas: @Roaneken
Se você quer ter algum vídeo legendado (se for música, tem que ser boa, hehe) me envie um email - roanrafael@gmail.com
Abraços.
brincos enormes (com manuscrito)

ela está em alguma missão.
ela está sempre cheia de missões
muitas coisas pra fazer.
nunca tenho nada pra fazer.
ela sai de seu apartamento
vejo-a se aproximar do meu carro
ela vem descalça
vestida de modo casual
exceto pelos enormes brincos.
acendo um cigarro
e quando ergo os olhos
ela está estirada no meio da rua
uma rua bastante movimentada
todos os seus 50 quilos
tão magníficod quanto qualquer coisa que você possa
imaginar.
ligo o rádio
e espero ela se levantar.
ela o faz.
abro a porta do carro.
ela entra. afasto-me do cordão da
calçada. ela gosta da canção que toca na rádio
e aumenta o volume.
ela parece gostar de todas as canções
ela parece conhecer todas as canções
cada vez que a vejo ela parece ainda
melhor
200 anos atrás eles a teriam queimado
em um poste
agora ela passa seu
rimel enquato nosso
carro segue adiante.
Tradução: Pedro Gonzaga
Blog Velho Bukowski: @Roaneken
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #9
Neste vídeo Bukowski nos apresenta Hollywood e Western num passeio a carro. Assistam, divulguem, gostem, curtam, se escrevam no canal, ou não façam nada babies, eu não ligo ;)
Abraços marujos, até o próximo.
Poema: Um desafio à escuridão

atire no cérebro
atire no cu
atire como uma flor numa dança
fantástico como a morte ganha tão facilmente
fantástico como muito crédito é dado para formas de vida idiotas
fantástico como a risada tem sido silenciada.
fantástico como a crueldade tem sido constantemente propagada.
preciso logo declarar minha guerra à guerra deles
preciso segurar meu pedaço de chão
preciso proteger o pequeno lugar onde fiz que minha vida foça permitida
minha vida não à morte deles
minha morte não à morte deles…
Tradução: Alice Dias
Blog Velho Bukowski
sábado, 27 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #7
Neste vídeo o velho Bukowski fala um pouco sobre seu pai.
Abraços.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Charles Bukowski Tapes - Número #6
Como sempre, dois errinhos na legenda, que só fui reparar depois de renderizado o vídeo, mas vocês entendem...
Legendas: Rafael Roan
Contato: roanrafael@gmail.com
Outros vídeos: http://www.youtube.com/user/roaneken
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
'Na Noite Em Que Eu ia Morrer' (animação)
Direção: Dermoc Mac Cormack
Narração: David Robson
Animação: Zakaria Elkouhen
Legendas: Rafael Roan
Blog Velho Bukowski
domingo, 21 de agosto de 2011
Charles Bukowski Tapes - #5
Contato: @Roaneken | roanrafael@gmail.com
Outros vídeos: http://www.youtube.com/user/roaneken
sábado, 20 de agosto de 2011
Poema: Pacific Telephone (com manuscrito)

vá atrás dessas putas,
logo ficará de saco cheio de mim.
não quero mais fazer esse tipo de merda,
eu disse,
relaxe.
quando bebo, ela disse, sinto dor na minha
bexiga, uma queimação.
deixe a bebida comigo, eu disse.
você está só esperando o telefone tocar,
ela disse,
você não para de olhar pro aparelho.
se uma dessas piranhas ligar você sairá
correndo porta afora.
não posso lhe prometer nada, eu disse.
então - simples assim - o telefone tocou.
aqui é a Madge, disse a voz. preciso
ver você imediatamente.
oh, eu disse.
estou num aperto, ela continuou, preciso de dez
pratas - rápido.
logo estarei aí, eu disse, e
desliguei.
ela me olhou, era uma piranha,
ela disse, o rosto todo em chamas.
que diabos há com você?
escute, eu disse, tenho que ir.
você fica aqui. já volto.
vou embora, ela disse. eu te amo mas você é
louco, um caso perdido.
ela apanhou a bolsa e bateu a porta.
provavelmente é algum disturbio profundamente enraizado
[na
infância
que me faz assim vulnerável, pensei.
então saí de casa e fui até meu fusca.
dirigi para o norte pela Western com o rádio ligado.
havia putas caminhando pra lá e pra cá
dos dois lados da rua e Madge parecia
mais perdida do que qualquer uma delas.
Tradução: Pedro Gonzaga
Manuscritos: Bukowski.net
Blog Velho Bukowski
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Charles Bukowski Tapes - #2
Então, é isso ;D
Legendas: @Roaneken
Poema: velho limpo

uma semana farei
55.
sobre o que
escreverei
quando ele não
levantar mais
pela manhã?
meus críticos
vão adorar
quando a minha diversão
passar a ser
tartarugas
e estrelas-do-mar.
chegarão inclusive a
dizer
coisas boas sobre
mim
como se eu tivesse
finalmente
alcançado a
razão.
Tradução: Pedro Ganzaga
Blog Velho Bukowski: @Roaneken
Charles Bukowski Tapes - #1
Pois é, decidi legendar essa bagaça. Aos poucos, um dia de cada vez... sabem, igual quando tenta largar o cigarro... de vagar em sempre.
Fiquem com a primeira pequena entrevista.
E o lance é o seguinte: Eu , absolutamente, NÃO sei porque a maldita legenda está piscando. Já é o segundo vídeo em que isso acontece (e é irritante demais). Os próximos vídeos eu vou tentar renderizar sem deixar nenhum outro trabalho realizando no computador... se prestar bem, se não, amém.
É isso. Abraços.
Sigam - @Roaneken
Sugestões, pedidos, contribuições, enviem email para roanrafael@gmail.com
O Coração Risonho (The Laughing Heart)
Sua vida é sua vida
your life is your life
Não deixe que ela seja esmagada na fria submissão.
don’t let it be clubbed into dank submission.
Esteja atento.
be on the watch.
Existem outros caminhos.
there are ways out.
E em algum lugar, ainda existe luz.
there is a light somewhere.
Pode não ser muita luz, mas
it may not be much light but
ela vence a escuridão.
it beats the darkness.
Esteja atento.
be on the watch.
Os deuses vão lhe oferecer oportunidades.
the gods will offer you chances.
Reconheça-as.
know them.
Agarre-as.
take them.
Você não pode vencer a morte,
you can’t beat death but
mas você pode vencer a morte durante a vida, ás vezes.
you can beat death in life, sometimes.
E quanto mais você aprender a fazer isso,
and the more often you learn to do it,
mais luz vai existir.
the more light there will be.
Sua vida é sua vida.
your life is your life.
Conheça-a enquanto ela ainda é sua.
know it while you have it.
Você é maravilhoso.
you are marvelous
Os deuses esperam para se deliciar
the gods wait to delight
em você.
in you.
É isso. Abraços.
Blog Velho Bukowski - @Roaneken
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Divulgada a capa de "Cartas na Rua"
Enfim, a tradução desta nova versão de 'Mulheres' ficou por conta de Reinaldo Moraes que fez um ótimo trabalho.
Foi divulgado mês passado que a L&PM Pocket também relançaria "Cartas na Rua" (Post Office), o primeiro romance do velho. Este livro está na mesma situação que o 'Mulheres' estava um tempo atrás: e-book com linguagem estranha, e vendedores de livros usados cobrando o olho da cara.
Alguns minutos atrás foi divulgado no twitter a nova capa de "Cartas na Rua", que pode ser acompanhada logo abaixo.

Se seguir com a mesma qualidade de "Mulheres" podemos ter certeza que sairá um livro ótimo. Mas, creio eu, que já podemos esperar um ótimo trabalho - a L&PM Pocket tem vários livros do Buk à venda, e até hoje não me arrependi da compra de nenhum.
Agora é só esperar.
Blog Velho Bukowski - @Roaneken
Linha do Tempo: Toda a vida de Bukowski em uma tabela

Olá povo, a partir do site Bukowski.net, traduzi a linha do tempo do Bukowski. Resultou numa tabela de 19 páginas que contem todos os eventos importantes da vida dele, suas leituras, suas publicações, seus endereços, e até mesmo seus pequenos empregos.
Faça o download do .pdf e confira!
Opção 1: MediaFire
Opção 2: Uploading
Isso aí. Que bacana.
@Roaneken
Poema: esta noite (com manuscrito)

daqui a 50 anos quando as garotas já tiverem ido”,
meu editor me telefona.
caro editor:
parece que as garotas já se
foram.
entendo o que o senhor diz
mas me dê uma mulher verdadeiramente viva
nesta noite
cruzando o piso na minha direção
e o senhor pode ficar com todos os poemas
os bons
os maus
ou qualquer outra que eu venha a escrever
depois deste.
entendo o que o senhor diz.
o senhor entende o que eu digo?”
Tradução: Pedro Gonzaga
Blog Velho Bukowski: @Roaneken
Curta: Bluebird
Poucas filmagens baseadas na obra do Bukowski ficam de fato boas, mas, como tento colocar qualquer coisa relacionada ao velho aqui, tenho de postar certas coisas.
Abraços.
Rafael Roan - @Roaneken
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Um brinde ao aniversário do velho

Henry Charles Bukowski Jr mudou-se com sua família para os Estados Unidos em 1923, onde viveu no subúrbio de Los Angeles. Seu pai era um soldado americano frustrado, que descontava seus problemas em "seções regulares de espancamento" (como narra Bukowski no romance 'Misto Quente').
O velho Bukowski, enquanto jovem Bukowski, também tinha problemas no meio social - possuía um grave caso de acne, o que fazia com que seus colegas de colégio o humilhassem.
Com problemas em casa, problemas na escola, Hank encontrou conforto no álcool e na literatura. Em seu romance 'Misto Quente' ele relata que ficava na biblioteca por horas, lendo principalmente John Fante e Hemingway. Até que certo dia escreveu um conto sobre um piloto da Segunda Guerra Mundial (conto este que seu pai jogou fora, na rua).
Bukowski saiu da casa dos pais, e passou sua vida trocando de pequenos empregos, sempre sustentado pela sua arte e pela bebida. Sua escrita era simples, forte e direta. Um tapa na cara, dizia a verdade que poucos queriam ouvir. Seu trabalho demorou a ser reconhecido, tendo seu primeiro livro publicado apenas em 1955.
Daí pra frente, Bukowski virou um astro de rock no mundo literário. Conheceu Madonna, Bono Vox, Tom Waits, Sean Penn entre tantos outros. Sua obra literária ganhou diversas adaptações no cinema e seu estilo de vida miserável mudou totalmente (em 'O Capitão Saiu Para o almoço...' ele narra seus longos banhos em sua Jacuzzi).

Muitos escritores seguiram seu estilo de escrita direto e sujo. Seu romance 'Mulheres' inspirou a criação da série de sucesso 'Californication', que narra a história de Hank (coincidência?), um escritor beberrão que vive cercado de mulheres.

Bukowski se foi por causa da leucemia, aos 73 anos, mas sua obra sempre estará presente, inspirando novas séries, novos escritores, novos filmes e quem sabe, novos beberrões. Um brinde ao velho.
Poema: comunhão (com manuscrito)

com ela a milhas de distância
rindo com um
louco
Bach e a bomba de hidrogênio
e ela a milhas de distância
rindo com um
louco
o sistema bancário
guinchos de carro
gôndolas em Veneza
e ela a milhas de distância
rindo com um
louco
você nunca viu de fato
uma escada antes
(cada degrau olhando
separadamente para você)
e do lado de fora
o vendedor de jornais parecendo
imortal
enquanto os carros passam
debaixo do sol
com um inimigo
e você se pergunta
por que é tão difícil
enlouquecer-
se é que você já não está
louco
até agora
você não tinha visto uma
escada que se parecesse com
uma escada
uma maçaneta que se parecesse com
uma maçaneta
e sons como esses sons
e quando a aranha aparece
e olha você
por fim
você já não odeia
por fim
com ela a milhas de distância
rindo com um
louco.
Blog Velho Bukowski - @Roaneken
Vídeo: 'Para a puta que levou meus poemas'
Fiquem com o vídeo em que Bukowski recita seu poema 'Para a puta que levou meus poemas'. Segue:
Legendado por Rafael Roan --- @Roaneken
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Vídeo: Making of do filme 'Barfly'
É isso pessoal. Abraços.
Rafael Roan - @Roaneken
Poema: Poema para meu quadragésimo terceiro aniversário

na sepultura dum quarto
sem cigarro
ou vinho
apenas uma
lâmpada
e uma pança
cinza e peluda
e
feliz
por estar numa espelunca.
… pela manhã
eles estão lá fora
ganhando grana:
juízes, carpinteiros
encanadores, doutores
jornalistas, policiais,
barbeiros, lavadores de carro,
dentistas, floristas,
garçonetes, cozinheiros,
taxistas…
e você
se vira para o lado
para que o sol que vai de encontro
aos seus olhos
seja desviado
para que você sinta a luz solar
nas suas costas repousar.
domingo, 14 de agosto de 2011
Poema de Bukowski no novo comercial da Levi´s
A criação é da agência Wieden+Kennedy, e foi desenvolvida pelo fotógrafo alemão Ralf Schmenberg, que escolheu locações como: Berlim e o Mar Báltico. A campanha também teve como complemento, a ong Water.org, que tem o objetivo de levantar água potável para 8.000 pessoas.
Assistam. É realmente um belo filme.
Fonte: http://www.jogaojob.com.br/2011/08/poema-de-bukowski-no-novo-comercial-da.html
sábado, 13 de agosto de 2011
Vídeo: 'Os últimos dias do garoto suicida'
A música ao fundo deixa tudo, muito melhor.
Blog Velho Bukowski: @Roaneken
Poema: depois da leitura: (com manuscrito)

"... já vi pessoas em frente a
suas máquinas de escrever em tal aperto
que faria com que seus intestinos explodissem
cu afora se estivessem
tentando cagar."
"ah hahaha hahaha!"
"...é uma vergonha trabalhar assim
tão pesado só para escrever."
"ah hahaha hahaha!"
"a ambição raramente tem alguma coisa
a ver com o talento. é melhor ter sorte, e
deixar o talento vir manquejando logo
atrás da sorte."
"a haha."
ele se levantou e deixou o lugar com uma virgem de 18 anos,
a mais linda estudante entre
todas.
fechei meu bloquinho
me ergui e manquejei
logo atrás dos
dois.
Poema: A retirada

sinto-me como as tropas alemãs
batidas pela neve e pelos comunistas
andando inclinado
com jornais enfiados
em rotos sapatos.
meu empenho é dificilmente terrível
talvez mais que difícil.
a vitória estava tão perto
a vitória estava lá.
como se estivesse estacada em frente ao meu espelho
mais jovem e mais bela
que qualquer donzela
que já vi
combinando jardas e jardas de cabelos fogosos
enquanto na direção dela eu mirava meus olhos.
e quando ela para a cama veio
estava mais bonita que nunca
e o amor foi muito muito bom.
onze meses
agora ela se foi
partiu como chegou.
este momento acabou comigo.
é uma longa estrada que leva de volta
de volta pra onde?
o cara à minha frente
cai.
nele piso.
ela também o pegou?
Tradução: Alice Dias
Blog Velho Bukowski: @Roaneken