quinta-feira, 21 de junho de 2012


"Somos finos como papel. Existimos por acaso entre as porcentagens, temporariamente. E esta é a melhor e a pior parte, o fator temporal. E não há nada que se possa fazer sobre isso. Você pode sentar no topo de uma montanha e meditar por décadas e nada vai mudar. Você pode mudar a si mesmo para ser aceitável, mas talvez isso também esteja errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos."

Charles Bukowski

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Charles Bukowski Tapes #26

Aí está pessoal. Um pouco atrasado, como avisado previamente via twitter, mas aí está.



Finalmente chegamos na metade desta estrada. O 26º Tape. :)

Novamente, quando o vídeo atingir 350 views, eu lanço o próximo, e assim seguiremos.

Quem se interessar, ajude o blog divulgando-o. Abraços.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


"As pessoas não precisam de amor. Precisam é de sucesso, de uma forma ou de outra. Pode ser que seja no amor, mas não nescessariamente." Bukowski

terça-feira, 12 de junho de 2012

O dia em que Charles Bukowski encontrou Arnold Schwarzenegger


Em comum, eles tinham apenas os sobrenomes germânicos carregados de consoantes e o gosto por apalpar mulheres em elevadores. De resto, Charles Bukowski era o sonho americano virado pelo avesso, o cronista dos anti-heróis fracassados, cujas vidas não têm nada a ver com os filmes de Hollywood ou os comerciais de refrigerante. Arnold Schwarzenegger tornou-se o maior herói de Hollywood, moldado à medida do império americano triunfante e descarado, sem pudor de usar a força para se impor ao resto do mundo. O ator brutamontes era viciado em esteróides e maconheiro de carteirinha. Bukowski fumava maconha, mas o seu vício de todas as horas era o álcool.
Na única vez em que se encontraram, em 1985, Charles Bukowski já era um escritor famoso e bem de vida, cada vez mais distante do mundo looser de seus personagens. Havia escrito alguns de seus principais livros, como Cartas na Rua, Mulheres e Misto Quente, e já tivera os contos transformados em filmes. Aproveitava para comer o maior número possível de mulheres que o dinheiro e a fama lhe traziam, mas detestava badalações. Tinha amigos em Hollywood, mas eram figuras marginais da grande indústria, como Sean Pean e Harry Dean Stanton. Odiava rock, e contava nos dedos os nomes de astros e filmes que curtia. Ele e Pean quase haviam saído no tapa porque o escritor disse que a namorada dele, a estrela Madonna, não passava de uma vadia. Quando ia às festas dos ricos para degustar suas bebidas e foder suas mulheres, o velho Buk adorava se meter em tretas.
Não foi diferente quando Buk encontrou Schwarzenegger naquela festa de celebridades em 1985. O ex-Mister Universo ainda era um ator de segundo escalão na indústria. Com filmes de sucesso no currículo, os dois Conan e o primeiro Exterminador, ele batalhava para tentar se tornar o novo Stallone — o cara que, naquele ano, vivia o auge de sua carreira, com Rambo II. No breve encontro que tiveram, será que Buk poderia ter imaginado que aquele ator medíocre se tornaria um dos maiores nomes da indústria de entretenimento (sem deixar de ser um ator medíocre) e acabaria eleito governador do seu estado, após uma campanha que lembrava um sitcom? O que teria pensado disso o velho Buk, para quem política era "o mesmo que foder cu de gato"?
Se adivinhasse tudo isso, há dezoito anos atrás, aposto como Bukowski teria feito exatamente o que fez. Dar um tempo no copo de vinho e, sem ligar para o ambiente grã-fino ou os músculos bombados de Schwarzenegger, chegar bem perto do futuro governador e dizer:
- Você é um grande bosta.

Fonte: Vida e Loucuras de um Velho Safado, Sounes
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