sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Uma palavrinha sobre os 'Escrevinhadores de Poemas Rápidos e Modernos'.


É Muito fácil parecer moderno
Enquanto se é na realidade o maior idiota jamais nascido;
Eu sei: eu joguei fora um material horrível
Mas não tão horrível como o que leio nas revistas;
Eu tenho uma honestidade interior nascida de putas e hospitais
Que não me deixará fingir que sou
Uma coisa que eu não sou -
O que seria um duplo fracasso: o fracasso de uma pessoa
na poesia
e o fracasso de uma pessoa
na vida.
E quando você falha na poesia
Você erra a vida,
E quando você falha na vida
Você nunca nasceu
Não importa o que digam as estatísticas
Nem qual o nome que sua mãe lhe deu.
As arquibancadas estão cheias de mortos
aclamando um vencedor
Esperando um número que os carregue de volta para a vida,
Mas não é tão fácil assim -
Tal como no poema
Se você está morto
Você podia também ser enterrado
E jogar fora a máquina de escrever
E parar de se enganar com
Poemas
Cavalos
Mulheres
A vida:
Você está entulhando
A saída -
Portanto saia logo
E desista das
Poucas preciosas
Páginas.

"Os 25 Melhores Poemas-pag.29"

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Chuveiro

Gostamos de um banho depois da
função (gosto da água mais quente do que ela) e seu rosto está sempre suave e pacífico e ela me lavará primeiro espalhará sabonete sobre minhas bolas erguerá as bolas as esfregará
depois lavará meu pau:
"ei essa coisa ainda está dura!"
então pegará nos pelos lá embaixo - na barriga,nas costas,no
pescoço,nas pernas,
eu sorrio,sorrio,sorrio,
e então eu a lavarei...
primeiro a buceta
ficarei atrás dela,meu pau entre
sua bunda ensaboarei com gentileza seus
pentelhos, lavarei tudo ali com movimentos sutis, uma demora talvez mais longa que o necessário, então a parte de trás das suas coxas,seu rabo,
as costas,o pescoço,para depois
virá-la,beijá-la, ensaboar os seios,tomando-os e depois a barriga,o pescoço, a parte da frente das pernas,os tornozelos,os pés,
e então a buceta,mais uma
vez,para a boa sorte...
mais um beijo,e ela sairá primeiro, enxugando-se,algumas vezes cantando enquanto eu permaneço lá dentro
abrindo ainda mais a torneira
quente, sentindo a bonança do milagre do amor para só depois sair...isto ocorre normalmente no meio da tarde e tudo está tranquilo, e ao nos vestirmos falamos sobre o que ainda há
para ser feito]mas por estarmos
juntos quase tudo está resolvido,
de fato,tudo está resolvido, e pelo tempo em que essas coisas
estiverem resolvidas na história da mulher e do homem,será diferente para cada um -
para mim,é esplêndido o suficiente para lembrar
superando os exércitos que
marcham os cavalos que cruzam as ruas lá fora superando as memórias da dor e da derrota e da infelicidade:
Linda,você trouxe isso pra mim,
quando me for tirá-lo
faça-o bem devagar e de mansinho faça-o como se eu estivesse morrendo entre sonhos e não de olhos abertos,amém.

Charles Bukowski - Textos
Autobiográficos

quinta-feira, 14 de março de 2013

Chinaski Distribuidora de Livros!


Boa noite pessoal, a equipe do blog Velho Bukowski, sente prazer em apresentar à vocês nosso novo projeto: Chinaski Distribuidora de Livros!

O objetivo do nosso blog é claro: difundir a literatura bukowskiana no território nacional inteiro! Nossa distribuidora é mais um veículo para tal!

Começaremos distribuindo os quatro livros da Editora Spectro --- e todos com preço abaixo do valor de mercado!



Os quatro livros compõem uma série de poemas chamada Open all night, do nosso grande Charles Bukowski! Os mesmos são: Vida desalmada, À toa em San Pedro, Hino da Tormenta e Tempo de voo para lugar algum! E os preços vão caindo de acordo com o pedido de vocês:


Quem quiser acompanhar o andamento do projeto não deixe de curtir nossa página, clicando AQUI.

E para fazer pedido dos livros basta enviar email para velhobukowski@gmail.com que respondemos e postamos no mesmo dia!

Abraço!

Saúde!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Os desenhos de Bukowski




Uma raridade: dezenove desenhos originais e até então perdidos de Charles Bukowski, foram catalogados e apresentados na 46ª Feira Internacional de Livros Antigos, realizada entre os dias 15 e 17 de fevereiro passado em Los Angeles, Estados Unidos. Dezesseis foram encontrados em recortes do jornal Los Angeles Free Press numa coluna assinada pelo escritor sob o título mui significativo de “Notas de um velho sujo” e os outros três publicados na quarta edição do Sunset Palms Hotel, em 1974.

Os desenhos fazem para da coleção pessoal do poeta e editor Michael C. Ford que os encontrou enquanto limpava sua escrivaninha no final de sua carreira como funcionário no próprio Los Angeles Free Press, no mesmo ano de 1974. Depois de achado os papeis, Ford levou para entregá-los a Bukowski, que lhe respondeu que podia ficar com aquelas coisas de criança, talvez algum dia elas valessem algum trocado. Ford levou à sério o conselho e guardou-os em seus arquivos pessoais, para só apresentá-los agora, antes, fez uma rápida exibição para uma extinta galeria de antiguidades em Long Beach, na Califórnia.


A coluna no Free Press ficou até 1976 e foi uma das publicações que mais contribuíram para a propagação da fama literária de Bukowski e também sua então fama local de um sujeito beberrão. “Notas de um velho sujo”, entretanto teve sua origem ainda num jornal clandestino, o Open City, que foi publicado em Los Angeles entre os anos de 1967 e 1969. E foi parar no Free pelas mãos de Bryan, um que também há muito já era responsável por publicações na cena underground e na contracultura em outras partes do país, como por exemplo o NOLA Express em Nova Orleans. As contribuições de Bukowski não se guiavam por um gênero específico e era uma espécie de espaço “pode tudo” que dias publicava prosa dias publicava poesia e em grande parte eram ilustradas por seus próprios desenhos de traço rude, mas muito bem-humorado, o que terá levado à publicação até de uma espécie de série de cartoons que levava o nome de “Clarence Hiram Docerias” que fez várias aparições no fim de 1975.

O bom humor dos desenhos nasce da incoerência de um traço inexpressivo porém direto, sem muitos detalhes e constituem já um importante elemento dos tempos de jornal; nota-se que Bukowski parecia fazê-los mais por um divertimento que por uma obrigação. Todos os desenhos são de tinta sobre papel e não se constituem em únicas incursões do poeta pelo mundo do traço.


Em 1966, por exemplo, depois de passar por uma cirurgia de hemorroidas, Bukowski publicou uma “reportagem comemorativa” que contava com um desenho do escritor retratando o momento: na cena, uma equipe de cirurgiões remove um cacho de uvas do traseiro de Bukowski. Uma cópia do desenho foi – mais tarde – presenteada ao editor Doug Blazek da Open Skull Press, na época também editor da revista Olé e um dos primeiros que reconheceu o trabalho do poeta.

Um antes, o próprio Blazek financiara a edição de Confessions of a man insane enough to sleep with beasts que já trazia ilustrações do próprio Bukowski. Ao que se segue outras publicações: em 1966, All the assholes in the world and mine em 1967, Facatotum - deste, o escritor assinou 75 cópias e incluiu a aquarela abaixo. 





Abaixo, segue um jogo de slides com uma amostra dos desenhos do velho!!

Aprecie!



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Vídeo: Poema 'Eu' (Biblioteca Audiovisual)

Segue o 5º vídeo do nosso projeto!

Poema 'Eu' narrado pela Juliana Santos!



Participe!

Mais poemas narrados

Pessoal, o novo projeto já está mostrando sua cara!

Seguem mais dois vídeos de poemas narrados pelos fãs do Bukowski!





Quer participar?
Envie sua gravação para velhobukowski@gmail.com e aguarde: sua voz estará em nosso projeto!

Abraços e SAÚDE!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Novo projeto!


Novo projeto em pauta!
Que tal leitores lerem poemas do velho, gravarem o áudio, enviarem para nós no email velhobukowski@gmail.com, daí montamos um vídeo padronizado e começamos uma biblioteca audiovisual INÉDITA do grande Bukowski?


Já obtivemos duas contribuições! Confiram!





Participe!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Poema 'como uma flor na chuva'

"cortei a unha do dedo médio
da mão direita
realmente curta
e comecei a correr o dedo ao longo de sua buceta
enquanto ela se sentava muito ereta na cama
espalhando uma loção por seus braços
face
e seios
depois do banho.
então acendeu um cigarro:
"não deixe que isso o desanime",
e seguiu fumando e esfregando a
loção.
continuei tocando sua buceta.
"quer uma maçã?", perguntei.
"claro", ela disse, "tem uma aí?"
mas eu lhe dei outra coisa...
ela começou a se contorcer
e depois rolou para um lado,
ela estava ficando molhada e aberta
como uma flor na chuva.
então ela se voltou sobre a barriga
e seu cu maravilhoso
olhou para mim
e eu passei minha mão por baixo e
cheguei outra vez na buceta.
ela se espichou e agarrou meu
pau, virando-se e se contorcendo toda,
penetrei-a
meu rosto mergulhando na massa
de cabelos ruivos que se alastrava feito enchente
de sua cabeça
e meu pau intumescido adentrou
o milagre.
mais tarde tiramos sarro da loção
e do cigarro e da maçã.
depois eu saí para comprar um pouco de frango
e camarão e batatas fritas e pão doce
e purê de batatas e molho e
salada de repolho, e nós comemos. ela me disse
quão bem ela se sentia e eu lhe disse
o quão bem eu me sentia e nós comemos
o frango e o camarão e as batatas fritas e o pão doce
e o purê de batatas e o molho e
também a salada de repolho."

- Charles Bukowski

sábado, 26 de janeiro de 2013

Concurso 'A Coleção Mais Curtida'!

Olá pessoal, criamos em nossa página um concurso que irá premiar o vencedor com uma caneca do velho Bukowski!


Para saber como participar entre AQUI.

Abraços,
Equipe Velho Bukowski.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Bortolotto e Bukowski se fundem no palco



Para Mário Bortolotto, atuar é encontrar um discurso próprio por meio da fala de um personagem.

Em "Mulheres", sua adaptação para o livro homônimo de Charles Bukowski (1920-1994), que estreia nesta quarta-feira (16), a identificação com o protagonista é tão explícita que o artista chega a se confundir com o papel que interpreta.

Os escritores norte-americanos Jack Kerouac (1922-1969) e Bukowski são referência na vida de Bortolotto. São também influências assumidas nos 30 anos de trabalho de seu grupo Cemitério de Automóveis, pelos personagens tão marginais quanto boêmios e pelos diálogos diretos e enxutos.



"Encontrei neles uma família", diz à Folha o ator, autor e diretor de 50 anos.
Aos 17 anos, após ser expulso do seminário, os dias de Bortolotto se dividiam entre partidas de futebol, noitadas em bares e tardes inteiras de leituras na biblioteca de Londrina, cidade onde nasceu.

Após se debruçar sobre a obra completa de Ernest Hemingway (1899-1961) e Henry Miller (1891-1980), entre outros escritores, Bortolotto descobriu Kerouac e Bukowski.

"Me surpreendi ao perceber que mesmo sem saber eles já eram uma influência para mim, e também que passava os dias como eles, escrevendo, bebendo e muitas vezes passando fome", conta.

Em "Kerouac", solo de 2006 dirigido por Fauzi Arap, Bortolotto já interpretou o escritor. Bukowski havia sido homenageado por ele em outo espetáculo, "Feliz Natal, Charles Bukowski", de 2003.

VAZIO EXISTENCIAL
A possibilidade de interpretá-lo surgiu agora com "Mulheres", peça dirigida por Fernanda D'Umbra, parceira de Bortolotto no Cemitério de Automóveis de 1997 a 2007.

Danielle Cabral, produtora e uma das nove intérpretes do espetáculo, adquiriu os direitos de "Mulheres" e resolveu convidar Bortolotto para protagonizar a montagem, além de realizar sua adaptação teatral.

"Nunca tinha montado nada de Bukowski simplesmente por imaginar que seria inviável financeiramente", conta Bortolotto.

Henry Chinaski, o protagonista de "Mulheres", é alter ego de seu criador.

"Na verdade é o próprio Bukowski. Na obra dele, ficção e biografia se confundem", explica Bortolotto.

A trama retrata a virada na vida de Henry Chinaski, escritor que ganha fama aos 54 anos. Com o sucesso inesperado, as mulheres começam a aparecer em sua vida.

O excesso de opção sexual, contudo, se revela mais complicado do que a escassez e evidencia um vazio existencial ainda mais sofrido.

"Muito mais do que uma história de aventuras sexuais, 'Mulheres' é um tratado sobre a solidão do homem", acredita Bortolotto.

MULHERES
QUANDO qua. a sáb., às 21h30; dom., às 20h30; até 10/2
ONDE Teatro Cemitério de Automóveis (r. Frei Caneca, 384; tel. 0/xx/11/2371-5783)
QUANTO contribuição voluntária
CLASSIFICAÇÃO 16 anos

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1215227-bortolotto-e-bukowski-se-fundem-no-palco.shtml

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

câncer - Poema sobre a morte de sua mãe


'câncer' - Poema sobre a morte da mãe de Charles Bukowski:

'encontrei seu quarto no alto de uma
escada.
ela estava sozinha.
"olá Henry", ela disse, e depois,
"você sabe, eu odeio esse quarto, ele não
tem janelas."

eu estava com uma ressaca daquelas.
o cheiro era insuportável,
sentia-me prestes a
vomitar.

"eles me operaram dois dias atrás",
ela disse. "me senti melhor no dia
seguinte, mas agora está tudo igual a antes, talvez até
pior."

"sinto muito, mãe."

"sabe, você estava certo, seu pai
é um homem terrível."

pobre mulher. um marido brutal e
um filho alcoólatra.

"me desculpe, mãe, eu volto
logo..."

o cheiro havia me impregnado,
meu estômago pulava.
saí do quarto
e desci metade do lance de escadas,
me sentei ali
agarrado ao corrimão,
respirando o ar
puro.

a pobre mulher.

segui respirando e
mantendo o controle para não
vomitar.

me levantei e voltei a subir os
degraus em direção ao quarto.

"ele tinha me mandado para um
hospício, você
sabia?"

"sim. eu informei a eles
que tinham pegado a pessoa
errada."

"você parece doente, Henry, está tudo bem
contigo?"

"não estou num bom dia, mãe. Volto
para ver você
amanhã."

"tudo bem, Henry..."

fiquei de pé, fechei a porta, em seguida
desci a escada.
ganhei a rua, cheguei a um
roseiral.

soltei tudo sobre o
roseiral.

pobre e desgraçada mulher...

no dia seguinte cheguei com
flores.
subi a escada até a
porta.

havia uma guirlanda na
porta.
tentei abrir a porta mesmo assim.
estava trancada.

desci os degraus
cruzei as roseiras e seu jardim
e cheguei à rua
onde havia estacionado meu
carro.

duas garotinhas
entre 6 e 7 anos
voltavam da escola para casa.

"desculpem-me, senhoritas, mas vocês
gostariam de ganhar umas flores?"

elas pararam e me
encararam.
"tome", estiquei o buquê à mais alta
das garotas. "agora, vocês
dividam, por favor, dê para sua amiguinha
a metade delas."

"obrigada", disse a mais
alta, "elas são
lindas."

"sim, são mesmo", disse a
outra, "muito
obrigada."

elas se afastaram descendo a rua
e eu entrei no meu carro,
dei a partida, e
dirigi de volta para o meu
canto.'

- Charles Bukowski, em 'Textos autobiográficos'
- VelhoBukowski.com

sábado, 19 de janeiro de 2013

Poema 'Nirvana' legendado

Bom dia,

Hoje trazemos o poema 'Nirvana' de Charles Bukowski narrado por Tom Waits e legendado pelo grupo Velho Bukowski.

Acompanhe o vídeo!



sem grandes chances,
completamente desprovido
de proprósito,
ele era um jovem
seguindo de ônibus
cruzando a Carolina do Norte
em direção a
alguma parte
e então começou a nevar
e o ônibus parou
num pequeno café
nas montanhas
e os passageiros
ali entraram.

sentou junto ao balcão
com os outros,
fez o pedido e a
comida chegou.
a refeição estava
especialmente gostosa
assim como o café.

a garçonete era
diferente das mulheres
que ele
conhecera.
não era afetada,
sentia que dela
emanava um humor
natural.
a frigideira dizia
coisas malucas.
a pia,
logo atrás,
ria, uma risada
boa
limpa e
prazenteira.

o jovem assistiu
à neve cair através da
janela.

queria ficar
naquele café
para sempre.

um sentimento curioso
perpassou-o por completo
de que tudo
era
lindo
ali,
de que sempre seria
maravilhoso ficar
por ali.

então o motorista do ônibus
disse aos passageiros
que era hora de
partir.

o jovem pensou,
ficarei sentado
aqui, apenas ficarei onde
estou.

mas então
ele se ergueu e seguiu
os outros até o
ônibus.

encontrou seu assento
e olhou para o café
através da janela do
ônibus.
então a partida do
veículo, logo uma curva,
em declive, afastando-se
das montanhas.

o jovem
olhou diretamente
para frente.
ouviu os outros
passageiros
falando de outras coisas,
ou então eles
liam
ou
tentavam
dormir.

não haviam
percebido
a
mágica.

o jovem
virou a cabeça para
o lado,
fechou os
olhos,
fingiu
dormir.
não havia mais nada
a fazer -
apenas escutar
o som do
motor,
o som dos
pneus
sobre a
neve.


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