quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Chuveiro

Gostamos de um banho depois da
função (gosto da água mais quente do que ela) e seu rosto está sempre suave e pacífico e ela me lavará primeiro espalhará sabonete sobre minhas bolas erguerá as bolas as esfregará
depois lavará meu pau:
"ei essa coisa ainda está dura!"
então pegará nos pelos lá embaixo - na barriga,nas costas,no
pescoço,nas pernas,
eu sorrio,sorrio,sorrio,
e então eu a lavarei...
primeiro a buceta
ficarei atrás dela,meu pau entre
sua bunda ensaboarei com gentileza seus
pentelhos, lavarei tudo ali com movimentos sutis, uma demora talvez mais longa que o necessário, então a parte de trás das suas coxas,seu rabo,
as costas,o pescoço,para depois
virá-la,beijá-la, ensaboar os seios,tomando-os e depois a barriga,o pescoço, a parte da frente das pernas,os tornozelos,os pés,
e então a buceta,mais uma
vez,para a boa sorte...
mais um beijo,e ela sairá primeiro, enxugando-se,algumas vezes cantando enquanto eu permaneço lá dentro
abrindo ainda mais a torneira
quente, sentindo a bonança do milagre do amor para só depois sair...isto ocorre normalmente no meio da tarde e tudo está tranquilo, e ao nos vestirmos falamos sobre o que ainda há
para ser feito]mas por estarmos
juntos quase tudo está resolvido,
de fato,tudo está resolvido, e pelo tempo em que essas coisas
estiverem resolvidas na história da mulher e do homem,será diferente para cada um -
para mim,é esplêndido o suficiente para lembrar
superando os exércitos que
marcham os cavalos que cruzam as ruas lá fora superando as memórias da dor e da derrota e da infelicidade:
Linda,você trouxe isso pra mim,
quando me for tirá-lo
faça-o bem devagar e de mansinho faça-o como se eu estivesse morrendo entre sonhos e não de olhos abertos,amém.

Charles Bukowski - Textos
Autobiográficos

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